quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

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Ontem foi um dia duro. Corri para todo o lado. Aliás, no último meio ano a minha vida tem sido sempre em passo de corrida, literalmente, com os minutos contadinhos. E se eu até acho muita graça a isso e me faz sentir realizada, também há dias em que me sinto exausta.

Ontem foi o dia.

Ontem tive 10 minutos para me equipar, comer qualquer coisa e ir a correr de casa para o ginásio sem tempo para me sentar 2 minutos só para recuperar o fôlego. Cheguei e a aula foi difícil, de alta intensidade, sem direito a pausas e sempre a um ritmo difícil de acompanhar. Se fosse num outro dia qualquer, não teria achado assim tão complicado, mas ontem senti-me a desfalecer. Mesmo. Todo o meu corpo tremia e toda eu estava absolutamente exausta. O maior problema é quando esse sentimento chega à cabeça e começamos a achar que não conseguimos, que já não aguentamos mais. Mas conseguimos e aguentamos, claro... Quando cheguei a casa enfiei-me debaixo da água e fiquei uns segundos paralisada ali quase a chorar de exaustão, de desespero e de dores. Respirei fundo, foquei-me na música que ponho sempre a tocar enquanto tomo banho e, devagar, fui fazendo o que tinha a fazer. Ontem senti, literalmente, o meu corpo a avisar-me que estou a abusar dele, que preciso de parar um bocado, talvez.

Mas para mim isso está fora de questão. Aliás, só estou à espera que os dias comecem a ficar maiores para começar com as corridas - que eu sozinha correr de noite no meio de um parque não me parece grande ideia.

E perguntam-me vocês porque é que eu ontem não fiquei alapadinha no sofá? que uma vez não são vezes... Bom, o problema é que eu sou bicho ruim que quando mete uma coisa na cabeça difícil é não fazer. E se não é o ginásio não tenho outro momento só para mim. E porque nunca achei que me ia sentir assim, claro. Mas acho que mesmo que soubesse, ia na mesma.

A verdade é que me sinto bem com a superação. Sinto-me orgulhosa por isso. E quanto mais dói, quanto mais me custa, mais eu gosto de ir fazendo. Podem dizer que sou maluquinha mas não faz mal, quem está na mesma situação que eu percebe-me e sabe que os resultados compensam todas as horas de luta e desespero. E quando falo nos resultados não estou apenas a falar num corpo mais bonito - na verdade isso deixou de ser uma prioridade. Falo de me sentir cada dia mais saudável, mais capaz de muita coisa que achava que nunca seria há uns tempos atrás. Falo da resistência, de subir uma escadaria e manter o meu batimento cardíaco controlado enquanto que a minha companhia fica perto de se atirar ao chão de cansaço. Refiro-me também à tranquilidade de espírito, à mentalidade, à força de vontade que vai sendo incutida aos poucos. Falo também da postura corporal mais saudável, mais adequada... Não há nada que me dê mais prazer do que terminar um treino cansada, suada e com os músculos duros, doridos.

Enfim, o exercício é muito mais do que um corpo bonito porque para isso, basta ter uma pessoa bonita dentro ;)



Sticky&Raw
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