segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

séries

Ando a falar-vos constantemente de filmes espetaculares e outros que são só bons... O que não ando a falar é das séries incríveis que ando a acompanhar. Eu. A acompanhar séries. Ah ah ah. Mas é verdade, verdadinha.

Já vos falei aqui várias vezes que raramente me entrego a séries. É, prefiro filmes. As séries implicam um relacionamento sério, um compromisso, coisas em que eu não sou grande coisa a gerir. E eu conheço-me. Demoro a adaptar-me, desisto ao 4º episódio se nada me puxar para continuar a ver (foi assim que disse adeus a séries como Orange is the new black ou Westworld). Mas quando gosto, senhores, ai quando eu gosto... Fico viciada! Louca! Ansiosa para voltar a enfiar-me em frente ao computador e clicar em play vezes e vezes sem conta... Foi o que me aconteceu com Game of Thrones, Breaking Bad, Narcos ou Prison Break.

Ficar viciada em séries dá-me sempre muito pouco jeito porque:
- Não faço mais nada de útil a não ser mentir para mim mesma com um "só mais um episódio".
- Não me deito a horas dignas de quem trabalha no dia seguinte por causa da mentira do primeiro ponto;
- Deixo de ver filmes extraordinários porque "vou só ver um episódio antes do filme". Nunca chego ao filme. Nem nunca há "só um episódio".
- Quando a série acaba fico com um vazio em mim. Ando ali a moer, cheia de tristeza e a sentir-me desamparada.
- Mesmo quando acaba a temporada, torno-me uma stalker de todo o tamanho a vasculhar tudo o que é fotos, mitos urbanos, boatos, fofocas, só para acalmar a minha ansiedade... Não é bonito.

Bem, mas não foi para vos falar dos meus defeitos/paranóias que cá vim. Nop. Vim mesmo para vos contar o que ando a ver e aconselhar-vos a nem se chegarem perto. Caso contrário começam a sofrer os mesmos sintomas que eu... Quem avisa...

Cá vai a minha lista do que tenho visto desde o início do ano - é curta, eu sei, mas para quem tem os hábitos de séries como eu e tendo em conta que ainda só vamos a meio do segundo mês do ano, não estamos mal:

Black Mirror
Vi a última temporada - já tinha visto as anteriores - e não sei que vos diga. É só das melhores coisas que andam por aí. Verdade. E digo-vos eu, a miss-esquisitinha-que-nunca-gosta-de-nenhuma-série. Já vos falei de Black Mirror aqui e não pretendo repetir-me. Acho mesmo que esta série é revolucionária. Aborda os assuntos certos, põe a mão na ferida e fica ali, a escarafunchar - adoro este termo - até doer quase de forma insuportável. Mostra-nos uma realidade possível a curto prazo. Uma realidade que nunca é agradável a longo prazo. A última temporada não é a melhor bolacha do pacote, quando comparamos com as anteriores, mas ainda assim é melhor do que 90% das coisas que vejo na televisão. É mesmo uma série obrigatória para todos os amantes da tecnologia e da comunicação. O último episódio, "Black Museum" foi o meu favorito e aquele que é o mais inteligente e, ao mesmo tempo, o mais assustador de todos - talvez por estarmos cada vez mais próximos do tempo em que poderá vir a ser uma realidade. E nada é mais assustador do que a realidade.

Handmaid's Tale
Toda a gente andava a falar disto e eu fui espreitar. Prendeu-me no primeiro episódio, mas não fui capaz de ver o segundo. Pensei que fosse porque não estava habituada às personagens, que ainda não tinha criado ali uma relação. Depois apercebi-me que isso me aconteceu porque o assunto é tão tenso, o drama é tão horrível, tão duro, tão sinistro e tão POSSÍVEL que me deixava honestamente transtornada. Mas não de uma forma negativa. Ficava transtornada porque pensava que aquela ideia não é assim tão surreal ou longínqua, tendo em conta os grupos radicais e extremistas que se têm revelado. Handmaid's Tale conta-nos a história de uma mulher que, de um momento para o outro é separada do marido e da filha, enclausurada junto de outras mulheres e obrigada a obedecer a uma "Tia" e ao seu "Comandante" e restante família que lhe foi atribuída. O seu propósito é de reproduzir. Yep. Numa era em que a fertilidade tinha afetado gravemente os nascimentos, estas mulheres - férteis - eram violadas para "dar" uma criança a famílias ricas. As mulheres deixaram de ter qualquer papel importante na sociedade para além de servir os (seus) homens. Tudo em nome de uma suposta religião, que vamos percebendo, não passa de balelas - não é sempre assim? A série mostra-nos, numa perspetiva extrema, do que é que ideias fundamentalistas e algum poder são capazes de fazer. Além do argumento ser extremamente interessante e revoltante (chega ao ponto de me dar náuseas), a parte técnica é extraordinária. O código de cores, os diálogos, as expressões faciais, os planos certos. Tudo parece uma obra de arte em constante movimento e alteração. É mesmo, mesmo muito bom e todos os prémios que tem recebido são altamente merecidos. Agora é só esperar pelo final de abril para ver como é que tudo se vai desenrolar...

Suits
Comecei a ver Suits por nada de especial. Ninguém me recomendou. Ninguém me falou nela. Não tinha feito pesquisas. Num dia - da semana passada - não me apetecia ver um filme, mas as minhas séries estavam em dia. Queria algo que não fosse demasiado dramalhão nem demasiado soft. Lembrei-me de Suits - não me perguntem porquê. Vi o primeiro episódio. E o segundo. E o terceiro. E em menos de 1 semana já estou a terminar a 2ª temporada. Entendem quando eu digo que fico mesmo viciada nisto? Tanto que ainda não vi mais nenhum filme? Suits acontece num dos melhores escritórios de advogados em Manhattan. Harvey Spectre é o melhor dos melhores, em tudo. É o mais gatão, o mais pintas, o mais esperto, o mais tudo-e-tudo-e-tudo. Mike Ross é o mais inteligente e ingénuo. Conquista a confiança de Harvey que arrisca tudo o que é mais precioso para ele, pelo miúdo - a sua reputação e integridade. Toda a série se baseia em casos que vão aparecendo e sendo resolvidos pelos vários advogados da firma e das suas próprias estórias. A trama adensa-se mas não como nas outras séries. É tudo bem mais tranquilo mas cheio de voltas e reviravoltas. No final ficamos sempre aliviados por ver os babes a saírem de mais um imbróglio dos grandes ilesos. Estou coladona nesta série, minha gente. CO-LA-DO-NA. O guarda-roupa é perfeito, as personagens são construídas na perfeição, a informação vai ficando mais clara com o tempo, os diálogos são inteligentes e cheios de referências interessantes... Enfim, estou apaixonada. Vou continuar a ver... Vocês também deviam. Ou não... Se querem continuar a ter vida, não comecem a ver Suits.
Ah, acho que agora quero começar a ser advogada...

E vocês, o que andam a ver?


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