Sou fraca, admito! Sei que tenho de estudar mas quando chega a altura, nunca tenho vontade, porque não me entusiasma, penso sempre "mais logo dedico-me a sério" mas esse mais logo nunca chega e eu estou a ficar seriamente chateada com a minha pessoa! Aliás, já discuti comigo e disse-me que ou estudo ou ponho-me de castigo! Perguntei-me se achava que isto era uma brincadeira e eu muito encolhidinha lá respondi que não. Não vejo modos disto melhorar, porque arranjo sempre uma distracção e sinto que estou a perder o ritmo e quando estou quase quase quase concentradíssima, aparece uma mosca e eu fico uma hora a vigiar as suas trajectórias, ou pior, desvio por milésimos de segundos o olhar, e pronto, fixo ali num pontinho qualquer, e adeus, já foste. Isto é de ficar sem paciência. E a matéria acumula, acumula, e os prazos encurtam-se, encurtam-se e eu começo a stressar, mas a culpa é toda minha, minha grandessíssima estúpida!
A M. sofre precisamente do mesmo mal e estivemos a lamentar-nos juntas tipo madalenas arrependidas, mas isso não fez com que soubéssemos a matéria na ponta da língua. Ora eu tenho as minhas distracções, ela tem as dela e não há maneira de "amarrar o burro".
A modos que decidimos uma semanita destas rumar até ao apartamento dela na praia e desligar-mo-nos do mundo exterior e conectar-mo-nos unicamente eu com o desenho, o português e a história das artes, e ela com a físico-química, a biologia e a matemática. Tudo isto sem recursos a computadores, telemóveis e muito pouca televisão. Só assim, no silêncio e na tranquilidade de um apartamento à beira mar com uma companhia que sofre da mesma maleita e partilha o mesmo objectivo, é que poderemos dar a volta e pelo menos adiantar qualquer coisita.
Ora vamos lá ver quando é que isso se sucede.
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