quarta-feira, 30 de maio de 2012

Por falar na idade da parvalheira...

Quando o meu irmão chegou a casa à hora do almoço, veio preparado para me contar uma história. "Nem sabes o que os rapazes da minha turma se lembraram de fazer!" temi o pior por situações que se passaram no ano anterior e se eu soubesse que se tinham voltado a repetir punha semelhante processo àqueles anormais que só parava quando fossem expulsos da escola. Mas não, felizmente não foi nada que metesse o meu irmão ao barulho. Por sorte. Passo a explicar:
Na turma dele há uns teenagers com uma doença gravíssima chamada PDM, mais conhecida por Puta Da Mania que são superiores e que ninguém lhes toca e que são lindos como cravos (já abri latas de sardinhas com caras mais bonitas que as deles, mas enfim) e todos gostosos e todos Cristianos Ronaldos cheios de estilo e tal - os chamados PINTAS - que têm as miúdas que querem e são bué dreads e mandam na escola toda porque são do 9º ano, estão a topar a cena, não estão? Todos tivemos alguém assim na nossa turma em alguma altura da nossa vida. No entanto, esses meninos cresceram com o meu irmão. São da mesma idade, andaram na catequese juntos, na mesma escola primária e desde então nunca se separaram. Alguns até são praticamente nossos vizinhos. Todos mosquinhas mortas, todos sequinhos, todos feiinhos que só visto mas inteligentes e sempre com boas notas. O ano passado começaram a revelar-se. Tornaram-se no que descrevi em cima (mas é de salientar que 2 ou 3 continuam a ser dos melhores alunos da turma) uns parvinhos que só estão bem a chamar a atenção e a fazer asneiras para se enaltecerem. O que aconteceu o ano passado foi gravíssimo e no dia a seguir ao meu irmão me contar, apresentei-me na escola para falar com a directora de turma, contar-lhe o tinha acontecido e perguntar se nenhum professor tinha os olhinhos devidamente abertos para entender que ali se passava alguma coisa. Disse-me que não. Exigi que chamassem os tristes e que fossem devidamente castigados. Houve uma reunião com eles e com os seus encarregados de educação e tristemente percebi duas coisas:
1. As mamãs não sabem o que têm em casa.
2. As mamãs têm medo de castigar os filhos porque não sabem o que lhes hão de fazer.
Nessa reunião ficou esclarecido que se algo voltasse a acontecer as consequências não iam ficar por ali. Pelo que sei, têm-se portado bem neste assunto.
Mas hoje soube que não aconteceu com o meu irmão mas aconteceu com outro rapaz - mais novo, claro - e que teve mesmo consequências graves. Aquelas criaturas lembraram-se de encher uma bola furada, que encontraram no caminho, com pedras e puseram-na mesmo no meio da passagem e no fim esconderam-se. Um rapazinho que ia a passar viu a bola e chutou-a. Aquilo deu para o torto. O rapaz está no hospital, já foi operado e tem uma ruptura de ligamentos. O presidente do conselho directivo foi à sala de aula falar com os rapazes metidos no barulho e contou-lhes o que se passou depois do acidente. E a reacção de alguns deles foi simplesmente rir-se.
À excepção de um, que acredito estar metido naquilo por uma má coincidência, os restantes não aprenderam a lição do ano passado e por isso desejava do fundo do meu coração que para o ano, na escola nova, no secundário, onde eles são os caloiritos, os pequenitos, houvesse alguém que lhes fizesse passar por metade do que eles fazem aos outros. Gostava mesmo.
Depois era ver as mamãs a correr ao conselho directivo exigir protecção aos filhotes e punição ao agressor.
Sempre me ensinaram a não cuspir para o ar mas é nestas alturas que fico muito orgulhosa da educação que eu e o meu irmão temos, da cabeça em cima dos ombros que sabe funcionar muito bem e sem depender de outras, cabeças essas que sabem distinguir à distância o bem e o mal e o limite da liberdade que temos porque a merecemos e provamos isso todos os dias. O carácter das pessoas é mostrado através de atitudes e decisões que tomamos e como disse uma professora ao saber do sucedido "Estou muito preocupada com algumas personalidades que se estão a formar e a revelar nesta turma. Eu não sei onde vão chegar com elas."

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