quinta-feira, 9 de março de 2017

divide

Depois de três anos - TRÊS ANOS!!! - sem lançar nenhum álbum e depois de um ano - UM ANO!!! - de retiro espiritual, fora de toda e qualquer rede social, viajando pelo mundo, procurando o seu "eu" interior, alinhando seus chakras, Ed Sheeran dá-nos Divide.

Para já e antes de mais nada, eu acho que há um erro no nome do disco. Foi para a gráfica assim e depois de todas as cópias já não havia volta a dar. O álbum não era para se chamar Divide mas sim Divine. É o que eu acho porque é o que ele é, divino. Se isto não é uma pequena obra de arte, então eu não sei o que poderá ser. Podem dizer que a minha opinião é altamente tendenciosa porque eu estou apaixonada por ele, mas se não acreditam em mim vão lá ler as críticas de quem percebe disto e depois digam-me se eu tenho ou não tenho razão. É que eu não estou aqui para enganar ninguém.

Bom, vamos por partes. Divide tem apenas 1 hora dividida em 16 músicas (na versão deluxe). Eu ainda tentei encontrar A preferida mas cheguei a um ponto em que já não conseguia definir. Todas as músicas são inspiradas nas experiências de vida do Ed e, principalmente, na sua namorada Cherry Seaborn - é, têm que aprender a viver com esta informação como eu também estou a tentar aprender...  - e basicamente em todo o amor que ele está a irradiar neste momento. A sério, há muito amor para aqueles lados.

Cá vai a minha opinião sobre todas as músicas do álbum (aguentem aí a seca, nós temos que ser umas para as outras e eu tenho que falar sobre isto, tá?). Entretanto liguem-se no Spotify e vão acompanhando.

Mas antes deixo uma nota muito importante à tripulação: esta é a minha opinião mais espontânea e altamente subjetiva sobre o álbum. Não percebo nadinha de nada de música, não toco nenhum instrumento e nem consigo avaliar criticamente uma canção. Isto é, a minha crítica é "gosto" ou "não gosto" só pela empatia e pouco mais. Por isso não me levem a sério. Ah, também vou muito pela melodia mas especialmente pela letra (e é isso que vou ter mais em conta). Pesquisei muito pouco sobre as músicas até este ponto porque eu gosto primeiro de ter a minha impressão, sem me sentir condicionada com o que li. Feita a nota, vamos a isso:

Começamos com Eraser. É o bonito regresso de Ed Sheeran ao hip hop e rap à sua maneira. Andava apoquentada com os singles que tinha vindo a disponibilizar - não havia aquela ponta de gangsta que eu tanto gosto dele e que ele sempre teve, desde o início. Depois lançou esta música e eu sosseguei o meu coração. Afinal ele está mesmo de volta! A letra é altamente pessoal e fala da dificuldade que é ser famoso, rico e tentar manter-se com os pés assentes na terra. Ao mesmo tempo, há demasiadas tentações e acaba por nos dizer que a vida de estrela não é como a pintam. Na minha opinião, esta música é milhares de vezes melhor ao vivo do que na versão que está no álbum. Ouçam aqui:


Castle on the Hill mostra-nos um Ed nostálgico que regressa a casa. Sabe que perdeu muitas experiências normais por causa da sua escolha de vida, mas também sabe que as pessoas que mais gosta mantêm-se ainda ao seu lado. No entanto, o que define esta faixa é a nostalgia do regresso a casa, qual Frodo a voltar ao Shire depois da sua jornada do Anel. O videoclipe é muito bonito, é filmado na sua terra e as pessoas que aparecem no final com ele são mesmo os seus amigos que adoraram, claro, a música.


A terceira faixa é Dive. O início é tão Make it Rain, não é? Quase que não me consigo abstrair desses acordes iniciais tão semelhantes. Bom, mas aqui vemos o Ed mais vulnerável, que se quer entregar à sua babe mas não se quer magoar - é, portanto, um comum mortal. Por isso diz-nos no refrão "So don't call me baby, unless you mean it / Don't tell me you need me if you don't believe it / Let me know the true before I dive right into you". Bonito, não é? E altamente normal.


Logo logo a seguir vem a tão famosa Shape of You. É animadíssima, cheia de atitude, com um ritmo perfeito, é incrível para nos animar no trânsito e também na discoteca (já tive as duas experiências e confirmo a eficácia). É talvez a única música que não é tãaaao pessoal porque o Ed escreveu-a para a Rihanna, se não me engano. Depois acabou por ficar com ela, editou-a e colocou neste álbum. E fez muito bem, não acham? Quem é que ainda não abanou o esqueleto ao som dela? Hum?! O videoclipe também já está disponível e é WOW! Quem diria o nosso Eduardo todo gym fit? Todo sexy bom? Todo corpitcho maroto? Todo sensualão? Hum? Adoooooro!


Resfriando...

A faixa número 5 de Divide é perfeita. É mesmo, chama-se Perfect. É a sucessora de Thinking Out Loud e é inteiramente inspirada na sua mais-que-tudo Cherry. Vai ser a nova música dos casamentos e de todos os apaixonados deste mundo. Mas a verdade é uma, até arrepia! Podemos dizer que não somos nada destas coisas - e deste lado, isso é um facto - mas todas nós desejaríamos, nem que seja secretamente, que alguém nos escrevesse algo assim. Nesta letra o Ed fala de como gostaria que esta relação evoluísse para algo mais concreto (tipo criançada com ranho). É nela que vê o seu futuro e com quem se sente realizado e feliz. É uma música super romântica, tão lindinha, tão Disney... Que acredito que se vai tornar num clássico não tarda. Adoro. Talvez não seja a minha favorita de todas porque eu sou bem esquisitinha com as músicas românticas - já vos digo qual é a minha onda - mas esta é qualquer coisa e, honestamente, acho que é bem melhor do que a balada anterior. Mas digam-me vocês o que acham.


Galway Girl é das minhas favoritas e aquela por quem o Ed teve que se zangar, bater o pé e virar algumas mesas para conseguir incluir no álbum. Todos achavam que não ia ter sucesso nem ser bem recebida pelo público. Ed por mim já ganhou! Fizeste muito bem em insistir! Mais uma vez fala sobre a sua namorada e de um date que tiveram na Irlanda. Daí o som tão típico (que eu sempre me senti muito atraída). A letra é tão genuína e fluída que parece que estamos a visualizar essa noite no bar. O vocabulário do Ed parece interminável. Um homem que saiba escrever (e falar, já agora) é um homem para manter por perto.


A seguir vem a balada a todas as ex namoradas. E eu nem sequer sabia que isto podia existir... Mas em Happier está a prova de que o Ed pode escrever sobre tudo e cantar sobre tudo porque ele é um fofo. E ponto final. Bom, mas aqui ele fala dos erros cometidos e de saber que no fundo, todos seguiram o seu caminho e agora estão mais felizes. Aqui tenho que fazer um parênteses, eu ainda sou totalmente team-Athina-Andrelos (a ex namorada e a musa de Thinking Out Loud) até me provem o contrário. A miúda é tudo de bom, sigo-a no Instagram, é hilariante e talentosa - e também é grega, o que é bom. Acho que faziam um casal lindo. Que esta música signifique que ao menos os meninos se dão bem e são felizes a conviver pacificamente pelas ruas de Londres.


New Man é uma canção hilariante e tão irónica que quase que podia ser escrita por mim e pelas minhas amigas... Basicamente, o Ed fala sobre o ex namorado da sua atual namorada quando eles ainda namoravam (estão a acompanhar-me?). Portanto já estão a perceber o azedume todo. Mas no fundo podemos extrapolar esta letra para a vida de qualquer uma de nós. Quem nunca comentou a sapata da fulaninha que anda com o "nosso" babe? Ou o eyeliner azul? Ou até mesmo aquela alça do sutiã de silicone à mostra? Ou o facto dela não saber a diferença entre "adesão" e "aderência". Vá, vamos admitir que já todas nós comentamos coisas assim. E tem tanta piada... Bom, nesta canção, podem contar com isto e mais. E ainda alguns versos incrivelmente engraçados e reais como: "I still looking at your Instagram and I'll be creeping a little / I'll be try not to double tap, from way back / 'Cause I know that's where the trouble's at" ou "Your new man rents a house in the 'burb / And wears a man bag on his shoulder, but I call it a purse". É de rir!!! Aiii, como me identifico com esta canção... Mas ouçam por vocês:


A nona faixa é Hearts Don't Break Around Here e é uma nova canção de amor. Mais uma vez, sobre a Cherry e sobre a segurança que sente com ela e com a sua relação. Enaltece também as suas qualidades e claro que é bonita e romântica e tudo de bom. E todas nós temos muita inveja, não é mesmo? ;)


What Do I Know? é também uma boa música. O Ed foi aconselhado pelo pai a nunca falar de política, religião e a meter-se em discussões que não lhe dizem respeito. E o Ed sempre se manteve fiel a esse conselho. Nesta canção ele mostra um lado mais revolucionário mas muito peace & love e vamos ter calma, sentar, amar e tocar viola e todos os problemas do mundo vão parecer automaticamente mais pequenos. Bom, gostei muito do esforço mas gostei ainda mais do ritmo e de pequenas dicas no meio como: "Just re-remember life is more than fittin' in your jeans". Ele que o diga... É uma música tão boa onda, tão bem disposta e tão honesta... Gosto que aborde temas mais amplos do que a sua Cherry - até eu já estou enjoada de escrever o nome dela.


Chegamos ao tema favorito do Ed e da sua fofa: "How would you feel (Paean)". É a única música que eu ainda não consegui achar particular graça. Não me soa a nada novo. Parece-se com Tenerife Sea mas como eu a-do-ro Tenerife Sea, esta parece-me sempre pior. Bem, pior também não, mas menos memorável, pronto. Mais uma vez, uma canção de amor, uma declaração à sua companheira. Aliás, pelo que pesquisei, Paean é o nome do meio de Cherry e ela foi bastante gozada por causa disso. O Ed, fofo, quis usá-lo e torná-lo em alguma coisa fixe. Se usasses o meu nome feio numa música ficavas a dormir no sofá durante 15 dias.


Supermarket Flowers é a canção que nos deixa a todas com uma lágrima no canto do olho. Na verdade vão chorar baba e ranho, pronto. O Ed canta sobre a morte da sua avó e de como ela foi uma pessoa muito presente e querida na sua vida. E conta-nos tudo com tanta honestidade, é tão genuíno que é impossível não nos comovermos com a história - infelizmente, a maioria de nós já passou por momentos assim, não é? Bom, Supermarket Flowers é a nova Afire Love (que fala sobre a morte do seu avô).


Das músicas mais animadas de Divide é Barcelona. Cheio de ritmos calientes e com um som incrível. Estou um bocado viciada nela, devo confessar. E ouvir o Ed dizer algumas palavras em espanhol... hoy, mui rico cariño!


Bibia Be Ye Ye. Sim, este é o nome da música, não estou a gozar convosco. Tem uma grande influência dos sons de África, por onde o Ed andou durante uns tempos em 2016. E resultou numa música animada sobre uma noite de borracheira como já todos nós tivemos (quem?! eu?!) onde perdemos coisas, enviamos mensagens a quem não devemos, não nos lembramos de grande coisa, encontramos coisas estranhas nos nossos bolsos e acabamos por nos arrepender no dia seguinte... Mas sabemos que aconteça o que acontecer, é para repetir. É muito bem disposta e parece quase como o novo Hakuna Matata, sabem?, e é tão inesperada e diferente de tudo o que ele já fez... Gosto muito.

A penúltima faixa chama-se Nancy Mulligan e também é das minhas favoritas. Ed Sheeran conta-nos, literalmente, a história de vida e de amor dos seus avós William Sheeran e Nancy Mulligan. Qual Romeu e Julieta, qual quê? Têm que ouvir o som maravilhoso desta canção e ler a letra com atenção. Vão passar o dia a cantarolar de tão catchy que é. E que bonita homenagem deste menino aos seus avozinhos...


Save Myself é a última faixa de Divide. É triste e totalmente honesta. Fala-nos de como se aproveitam dele e de como ele sente essa pressão e essa energia sugada de uma forma tão profunda e de como ele tem de se proteger, de cultivar o seu amor próprio e criar defesas para conseguir lidar com algumas destas situações sem se magoar como até aqui. Acho que esta é a essência da sua retirada da parada por um ano. É aqui que ele acaba por explicar o que sentia. É tão transparente e tão genuína que acaba por arrepiar. Tem versos incríveis e os meus favoritos são: "My dad was wrong / 'Cause I'm not like my mum /'Cause she'd just smile and I'm complaining in a song". Têm mesmo que ter em atenção toda a letra da música.


Bom, Divide é para ouvir com o coração e ler as letras e ir ao YouTube ver versões live que este miúdo tem um talento fora do normal e todas as músicas soam melhor quando ele está sozinho em palco com a sua viola e o seu pedal de loop.

Depois digam-me o que acharam ;)

P.S. E esta semana não falamos de filmes.


Sticky&Raw
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