segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ontem foi noite de cinema 13

Não vos tenho comunicado, mas ando a ver alguns filmes. Alguns muito bons filmes, outros não tão bons, em parte por causa dos Óscares - a maioria vi antes da cerimónia para estar dentro da situação.
Vou falar um bocadinho daqueles que mais me marcaram.

"Argo": Vi antes da cerimónia das estatuetas douradas e simplesmente A-D-O-R-E-I! Não estava à espera que vencesse o óscar de melhor filme, mas o mínimo exigido era a nomeação para melhor realizador. O Ben Affleck merecia. Fez um excelente trabalho. Há muito que não ficava tão nervosa, tão descontrolada com um filme, parecendo uma velhinha a gritar em frente à TV "TU NÃO VÊS QUE ELE TE ESTÁ A TRAIR??" ao ver as novelas mexicanas. Como se adiantasse de algo. Mas aconteceu-me o mesmo com este filme. Só queria que eles andassem mais rápido... que corressem... que voassem dali para fora a grande velocidade. No fim lembrei-me que tinha de respirar. Os atores foram brilhantes, os cenários, tudo! Gostei mesmo. Adoro filmes com história, principalmente as verídicas, que me entusiasmem, que transmitam algo. Que fiquem na memória. "Argo" vai, sem dúvida, ficar na minha memória.

"00:30-Hora Negra": Ora cá está outro bom filme. Ninguém cá de casa gostou. Todos acharam muito parado, sem ação nenhuma, sem interesse. Como descreveu o meu irmão "Nem na parte da ação o filme tem ação". Eu confesso que sou muito curiosa em relação ao tema retratado no filme (a captura do Bin Laden) e tudo o que isso envolveu. Como o 11 de Setembro está tão presente na minha memória e eu ainda me emociono ao ver as imagens todos os anos - algum dia hei-de deixar de me emocionar? - tudo o que na altura veio a público eu quis saber, quis ler, quis ver. Filmes, documentários, notícias em jornais, na televisão, as fotografias, os testemunhos, tudo. É um tema que me diz muito e talvez por isso tenha achado o filme incrível. É certo que não há grande ação - se esperam isso, mais vale não verem - não há grande dinamismo, mas há muita manipulação, muita lógica e mostram, pensamos nós, comuns mortais, como as coisas aconteceram na realidade. Quem como eu se interessa por esse tema, vale a pena ver. A Jessica Chastin está perfeita neste papel. Sóbria, discreta, inteligentíssima e bossy! Go girl!

"Os Miseráveis": Tinha uma enorme expectativa em relação a este filme. Não gostei. E não é por ser um musical, que eu gosto desse género, mas a história foi totalmente previsível, os atores não estiveram no seu melhor (salvo a Anne Hathaway, que ela não sabe não ser fantástica), as músicas não apelaram muito ao meu entusiasmo, o cenário em certas partes era notoriamente computorizado e temos de admitir, ver o Wolverine a cantar aquelas músicas todas lamechas não é propriamente muito engraçado - para mim, não foi! Acho que toda a publicidade em torno desse filme foi genialmente pensada de maneira a incentivar toda a gente a vê-lo, mas a verdade é que me desiludiu. Mas parece que fui a única. No entanto, o filme não é mau! Ficou foi abaixo (bem abaixo) das minhas expectativas.

"Decisão de Risco": É um bom filme. Disse ao marido que era bom mas não era um filme de Óscars e ele resmungou, disse que era e que devia ganhar - ele não percebe muito disto. E ficou todo chateado quando foram anunciados os nomeados e de entre eles, "Decisão de Risco" nada. Eu avisei-o. Apesar de não ser uma expert nesta matéria, conheço um pouquinho o género de filmes que a academia gosta de nomear e este, sem sombra de dúvidas, não estava dentro dessa categoria. É um bom filme, o Denzel Washington está muito bem, como sempre, e pronto, é só. Prometia mais.

"Lincon": Não tenho muito a dizer porque a verdade é que não passei do minuto 30. E acreditem, tentei 3 vezes ver o filme. Não me entusiasmou e acabava sempre por adormecer. Mas note-se que foi numa fase em que eu tomava antibióticos que me punham a dormir em três tempos. Talvez daqui a algum tempo lhe dê uma nova oportunidade.

"007-Skyfall": Se estão à espera de mulheres lindas e jeitosas tipo Halle Berry, de armas e objetos incríveis que fazem tudo menos tirar cafés e carros topo de gama, cheios de estilo e de truques manhosos como ficarem invisíveis... então não vejam o "Skyfall". O senhor tem uma única arma, um carro e uma mulher. Há mais história, é verdade. Há o Javier Bardem, que é um charme de homem, também confirmo. Mas está loiro e velho. Não gostei tanto. Still, foi o melhor ator do filme inteirinho. Mas confesso que fiquei machucada desde o início do filme quando destroem uns 5 VW Beatle lindos de morrer - para quem não sabe, é o meu carro de sonho. São destruídos porque sim. Não podiam ter outros carros ali? Tinham mesmo de ser aqueles? Depois é claro que não apreciei o filme. Mas fora de brincadeiras, achei o filme fraco no geral. Fraco na ação a que estamos acostumados, fraco nos diálogos, fraco nos cenários, nos objetos, nos atores... Mas é apenas a minha opinião!

"Hobbit": Fã confessa de "Senhor dos Anéis" desde o primeiro filme, tive imensa curiosidade em correr para o cinema ver esta nova trilogia que é nada mais nada menos do que a continuação dos três primeiros filmes mas fraquinho. Achei que era mais-do-mesmo, os cenários, as missões, os obstáculos, tudo era mais-do-mesmo sem qualquer necessidade. Não digo que não gostei, não! Claro que sim. Mas quem viu o Senhor dos Anéis e quem é mesmo fã, não se vai entusiasmar com este. Chega mesmo a tocar no aborrecimento. Mal saí da sala disse ao marido como iam ser os dois seguintes filmes porque toda aquela história foi muito repetitiva. Um dejá vú. Mas é sempre uma obra-prima ver aqueles cenários todos, ver o grande Gandalf, as aventuras, os monstros, toda a moral do filme... Pena, pena, pena foi não terem aparecido o meu Legolas nem o meu Aragorn. Esses sim, eram dignos de terem uma trilogia só para eles!

"O Impossível": Um murro na barriga. Daqueles fortes. Mas admito que pensei que fosse chorar feita uma Madalena arrependida e não foi tão comovente quanto eu pensava (note-se que eu achava que um lençol não seria o suficiente para me secar as lágrimas, mas afinal um pacote de lenços chegou). Não sou fã do Ewan McGregor (nem no Moulin Rouge apesar de eu adorar o filme) mas ele esteve tão bem neste filme que foi, em muitas vezes, o principal responsável pelas minhas lágrimas. É uma história de coragem, de desespero extremo, de sofrimento e de uma busca incessante da família, da união e da felicidade. Eu sabia que ia ser comovente e não me enganei. É um filme que nos deixa a pensar muito na vida. Oh se deixa! E aqueles cenários? E os efeitos especiais? Incrível. Absolutamente incrível.

"Django": Sou a pessoa mais estúpida à face da Terra, eu sei, e passo a explicar: quando vi o trailer deste filme pensei "oh, não me seduziu nada. O Tarantino desta vez não acertou." e assim pensei durante demasiado tempo. Até há duas semanas. Naquela de "já que não há mais nada para ver, bora lá ver o Django" e não é que fiquei absolutamente extasiada com tamanha genialidade - aqui entra a parte de eu me confessar a pessoa mais estúpida que existe: em que século é que o Tarantino não iria acertar? Em que dimensão é que o Tarantino ia fazer um mau filme? Em que planeta é que o Tarantino não me ia conquistar? Stupid me! Depois arrependi-me profundamente por não ter visto o filme mais cedo, mas uma pessoa nem sempre acerta, não é verdade? Bem, mas falando do filme mais propriamente. Foi, sem sombra de dúvidas, aquele que mais mexeu comigo. Pela primeira vez na história dos filmes do Tarantino, aqueles que já vi - e já foram bastantes - tive de tapar os olhos por não conseguir ver a cena. O filme é extremamente violento principalmente para mim que sou muito, mas mesmo muito, sensível ao tema. A escravatura e o facto de os negros serem tratados como animais (infelizmente ainda há muita gente que os vê desta maneira) mexe comigo, mói-me as entranhas, põe-me doente, faz-me sentir mal, menos humana, menos digna e este filme fez-me sentir assim, doente. Mas também sei que foi a realidade. Também sei que o senhor não inventou. É triste, mas faz parte da nossa História. E o Tarantino conta-a como ninguém. Aquele frio na barriga, aquela sensação de querer apressar as coisas e dizer às personagens o que fazer que me aconteceu com o "Argo" também me aconteceu neste filme extremamente longo mas que é de chorar por mais Tarantino. Acho que já perceberam que eu sou fã do senhor, certo?
Ainda assim, acho que o Django, apesar de ser uma lição, uma história a sério que falta muitas vezes em Hollywood, não destrona os "Sacanas sem lei" que é, sem dúvida, um dos melhores filmes que eu já vi. Prometo nunca mais duvidar do Tarantino e aconselho vossas excelências a verem o "Django".

"Comer, Orar, Amar": Vi na SIC este fim de semana. Era um filme que há muito queria ver e estava curiosa. Queria ler o livro, mas na altura não estava disponível na biblioteca e acabei por levar outros e esquecer-me desse. Mas hei-de pegar nele, principalmente depois de ver o filme. Achei-o lindo. Levou-me às lágrimas em alguns (poucos) momentos e em parte identifiquei-me com a personagem impecavelmente interpretada pela Julia Roberts. A temporada que ela passou em Roma corresponde exatamente às minhas expectativas quando, daqui a algum tempo (pouco, espero) viajar até à minha cidade de sonho. As lições por detrás de todo aquele enredo fazem muito sentido para mim, são verdadeiras e acho mesmo que são genuínas. Não sei se aguentaria o tempo que ela esteve na Índia - até porque eu e a oração nunca fomos grandes amigas - mas acredito que Roma e Bali me conquistariam o coração tal como conquistaram o dela. E quem nunca teve problemas do coração como os dela? Eu já! Oh, se já! E vontade de fugir para Roma não me faltou. Anyway, os cenários são de babar, a pureza e frescura da Julia são ingredientes indispensáveis para construir a Liz. Aposto que muita gente deste mundo precisaria de uma viagem como a que ela fez para se tornarem pessoas felizes e realizadas. Nota para o belo do moço do Javier Bardem que também dá um ar de sua graça e apimenta o filme de uma maneira tão calorosa que todas nós ficamos com o desejo de ir a Bali e por lá ficar! Um dos momentos (no meio de taaanta frase e momentos bonitos) que mais gostei foi quando ela lhe conta a sua história e ele também conta a sua e no fim ela diz que a dele é pior porque já era casado e já tinha um filho, ao que ele lhe responde "Nessa tua relação, os corações ficaram partidos?" e ela disse que sim "Então foi igual" respondeu.

Pronto minha gente, aqui está um curto roteiro do que tenho visto ultimamente. Aqueles que me marcaram (pela positiva e pela negativa) e que eu quis partilhar convosco, até porque há muito que não escrevia sobre os filmes, não era? Pronto, já sabem que este post se chama "Ontem foi noite de cinema" mas obviamente que não vi tudo isto ontem à noite. Era só para reforçar a ideia!
Ainda há tanto filme que quero ver: Anna Karenina, Para Roma com Amor, O Monte dos Vendavais, W.E., As Serviçais, A Árvore da Vida, A Vida de Pi, 7 Dias com Marylin,... Sei lá, são tantos que já não me lembro!

Vá, agora quero saber as vossas opiniões, as vossas sugestões e se partilham da mesma opinião que eu em relação aos filmes que referi. Mandem vir mais nomes de filmes indispensáveis - MENOS COMÉDIAS, 'TÁ BOM? TUDO MENOS COMÉDIAS!

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