domingo, 24 de julho de 2016

amor

Voltei.

Com alguma pena, confesso. É sempre difícil deixar um pequeno paraíso privado para trás, não é?

Mas voltei de coração cheio, de mente vazia, cheia de energia e com um bronze aceitável.
Vi coisas novas, fiz coisas novas, descansei, recalibrei-me, respirei fundo, mergulhei, meti-me em cima de uma prancha e corri para as ondas, sequei o biquini ao sol, não sacudi a areia dos pés, não pus uma ponta de maquilhagem durante essa semana inteira, perdi quase sempre a jogar UNO mas era muito boa na mímica, quebrei a minha "dieta" todos os dias, comi arroz e batatas mas também comi dourada grelhada e muita salada, comi crepes com morangos e nutella... duas vezes..., acordei cedo, tomei o pequeno almoço todos os dias, apanhei sol no jardim, na praia e na piscina, não cheguei a estrear o meu fato de banho, usei apenas 4 peças de roupa sem ser de praia, o meu cabelo secou sempre ao natural, jantamos às 11h da noite e às 7h30 também, apanhei sustos desgraçados que me deram caibras na perna, vimos um filme de 1996 e relembramos a nossa infância, comi mamão na praia, aprendi a montar uma tenda de campismo, fomos ao miradouro mais assustador de sempre à meia noite procurar Pokémons (não havia nenhum, não vale a pena o esforço), bebi demais por causa dos jogos de beber, dormi pouco para aproveitar todos os raios de sol, joguei vólei na água, demos a volta a situações que nos podiam ter estragado as férias mas nós não deixamos e brincamos com a situação (as necessidades aguçam o engenho, não é?), ouvimos música quase todo o dia, em qualquer lado...

Enfim, fiz tanta coisa e tão pouco ao mesmo tempo...

Mas aconteceu-me uma coisa curiosa...
Há um mês, mais ou menos, comprei um fio numa feira medieval na minha cidade. Era uma pedra em forma de cristal azul turquesa (que, como já devem saber, é a minha cor favorita). Num dia, ao chegar da praia, apercebi-me que a pedra já não estava no meu pescoço. Fiquei tristíssima. Procurei no jipe, procurei no caminho que percorri em casa e nada... Quando estava a tirar o biquini para tomar banho ouço a peça a cair. Estava preso nas costas (esquisito!) e ainda mais esquisito é que estava partida a meio. Foi muito estranho porque eu ainda não consegui perceber como é que foi possível aquilo ter acontecido se eu estava com um biquini cai-cai! Recolhi as duas partes e guardei-as.
Uns dias depois fomos à feira medieval que estava a acontecer na cidade (coisa bonita!) e lá fui eu procurar fios giros (é a minha panca, não consigo evitar!). Encontrei um muuuuuuito parecido com o meu falecido, mas ao mesmo tempo apaixonei-me por outro fio, com uma pedra cor de rosa claro, lindo... Um amigo que gostava muito do meu fio queria comprar um igual, mas de outra cor, para a namorada e eu estava a contar-lhe o que tinha acontecido ao meu. O vendedor ouviu a minha história e perguntou-me se a peça se tinha partido a meio. Eu disse-lhe que sim, que tinha sido estranhíssimo.
Ele: "Sabe o que significa essa pedra?" disse-lhe que não, que a tinha comprado apenas porque gostei muito da cor. "Ela atrai toda a energia negativa à sua volta. Foi por isso que partiu a meio, porque havia demasiada energia e ela conseguiu sugá-la toda". Fiquei de boca aberta a olhar para o senhor, meio assustada, meio maravilhada - eu tenho uma mente aberta e eu acredito nessas coisas das energias. "Acho que a menina já não precisa dessa pedra. Pode ser que precise mais da que tem na mão." perguntei-lhe o que atraia aquela pedra cor de rosa, tão bonita. "Amor." disse-me.

E foi assim que lhe entreguei uma nota sem pestanejar.
O meu amor está agora no meu pescoço e só sai quando ele achar que já tenho amor suficiente, que já transborda.

O meu amigo comprou a mesma pedra (com o mesmo significado) mas com o formato de cristal para a namorada e outra amiga comprou um fio igual ao meu.

Somos um grupo cheio de amor, disso não tenho dúvida.

Um beijinho para o senhor simpático que perdeu imenso tempo a responder às minhas perguntas e à sua cadela linda, a Maia, que era muito simpática.

Voltei à realidade, voltei a ter wi fi, voltei a ligar o computador (adiei o máximo possível, juro)... Mas o meu estado de espírito ainda está naquele sítio, onde vi o sol nascer entre confissões e caipirinhas, onde vimos o pôr do sol na praia, no jardim, enquanto que os meninos tratavam do churrasco e nós da salada e do feijão preto, viradas para a janela com vista para o mar e para Espanha e onde me fartei de comer melancia fresquinha. O meu mood ainda é roupa fácil, fluída, havaianas, cabelos despenteados, zero maquilhagem, sangria e cheirinho a protetor solar.



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