segunda-feira, 11 de julho de 2016

grandes, gigantes, com dez metros de altura

A semana que passou foi bonita. Principalmente por causa dos jogos da nossa Seleção.
Calma... Antes de mais...
Parabéns Portugal!!! Somos os Campeões da Europa!!!

Continuando...
Assisti a todos os jogos (à exceção do primeiro que estava em apresentações na universidade, mas ouvi o relato no caminho para casa) e vou ser a única a confessar - eu sei que quase todos pensaram nisso mas não admitem agora - eu não acreditei que fossemos sequer chegar aos quartos de final! Pronto, está dito.
Os jogos foram sempre meio para o aborrecido, sempre na defesa, pouca raça - que eu sei que temos!!! - pouca personalidade... Enfim, esta tática revelou-se a melhor opção. O que prova que eu não percebo nadinha disto e vocês não devem levar a sério a minha "avaliação".
Mas fomos fazendo o nosso caminho. Fomos andando devagarinho, sempre com prolongamentos e até penaltis, sempre à rasquinha, a resolver sempre à última (tão português), mas fomos indo.
Depois de derrotarmos o País de Gales eu disse que se defrontássemos a Alemanha, era impossível ganhar, mas se fosse a França, talvez ainda houvesse uma pequeníssima esperança. Mas nunca apostei as minhas fichas na vitória de Portugal.
Calhou-nos a França na rifa e o meu coraçãozinho sossegou um bocadinho. Afinal ainda há uma réstia de esperança.
Começa o jogo e o Ronaldo é encostado para canto aos 20 minutos num claríssimo ato premeditado pela equipa francesa. E no momento em que ele sai, aí eu tive a certeza - íamos ser campeões! Juro que foi o primeiro momento em que eu acreditei com todo o meu coração que íamos ganhar aos franceses. E eu passo a explicar: eu acredito no karma, já sabem disso e eu tenho mais do que motivos para acreditar. Quando vi aquele jogo feio e aquele ato desonesto dos franceses, eu pensei: o karma vai encarregar-se de vocês. E a minha certeza aumentou aos 200% quando eles falham aquele remate (que bate na trave, lembram-se?) - já era o karma a dizer "Caaaalma, eu estou aqui!".

No final do jogo, a alegria era imensa... Esta vitória soube-me particularmente bem porque...
...os comentários dos franceses e dos média franceses foram sujos, feios, baixos e sem qualquer necessidade. Dizer que nós somos aqueles que continuam a limpar-lhes as sanitas é só incrivelmente desrespeitoso e só mostra o nível de ALGUNS deles - mas não tomemos o todo pela parte, ok?
...os nossos emigrantes já têm mais um motivo para levantar a cabeça e mostrar que não somos inferiores em nada!
...conseguimos provar que a nossa seleção não é o Ronaldo, é muito mais, é um todo, é garra e espírito de sacrifício, é raça. Enfrentar aqueles franceses altos, fortes e espadaúdos deve meter mesmo medo, mas mesmo assim, os nossos 11 fizeram-lhes peito.
...neste Euro deu-se a oportunidade a novos talentos como o Renato, o Éder e até de mostrar talentos meio escondidos como o do Patrício.
...mostrou que a fé pode realmente mudar tudo, e a fé do nosso selecionador é inabalável.
...é sempre um gosto ver o Pepe e o Quaresma a jogar.
(Festa na minha cidade, Guimarães, ontem à noite. Eu sou um pontinho destes aí pelo meio)

Enfim, a festa foi rija, foi bonita, foi respeitosa. Houve um FairPlay bonito (que não sei se seria igual se o resultado fosse o contrário). Fiquei mesmo orgulhosa! E até fiquei orgulhosa da atitude do Ronaldo - e quem me conhece já deve estar a reler a frase de novo - da maneira digna como reagiu à grandessíssima injustiça que lhe fizeram, à sua retirada cheia de aplausos dos portugueses (e assobiadelas de alguns franceses - feio, muito feio) e à emoção com que viveu o jogo da "bancada". E até às palavras motivadoras aos seus colegas de equipa que viram a moral baixar aos 20 minutos, mas que rapidamente se recompôs.

Agora resta-me agradecer ao nosso selecionador, Fernando Santos, por manter a sua, independentemente daquilo que ia ouvindo daqui e dali; ao capitão, Cristiano Ronaldo porque sabe ser um líder, e que apesar de eu achar que ele é mal educado e arrogante, ninguém lhe pode retirar o mérito e admitir o seu talento estratosférico (apesar de não ter brilhado na seleção); ao guarda redes Rui Patrício que, na minha opinião - que não vale nada porque eu não percebo nada disso - foi o herói do Euro porque nos safou de muitas aflições e foi dos melhores em campo; ao Renato Sanches que tem 18 anos e um talento que deve ser trabalhado para chegar aos melhores; ao Éder que entrou e fez frente aos franceses, que revolucionou o meio campo e quando viu a sua oportunidade não teve medo de arriscar; ao Pepe e ao Quaresma, porque são os meus favoritos, pela raça, pela entrega; a toda a restante equipa, que jogou quase todos os 90 minutos e aqueles, como o Rafa, que apenas jogou 1, todos fizeram a diferença, todos foram importantes para o desfecho. Para mim não há vedetas, há uma equipa. E neste último jogo, mostramos isso.

Por fim, só quero dizer que tenho alguma pena dos franceses porque todos nós, portugueses, sabemos o que é morrer na praia, o que é ficar em segundo lugar em casa num Europeu. Além disso, grande parte da seleção francesa são jogadores maravilhosos, cheios de talento, que mereciam a taça tanto como nós e que nada têm que ver com este jogo indecente de insultos contra Portugal. Por isso, vamos respeitar, vamos ser melhores do que eles (melhores que os jornalistas franceses e alguns franceses que falaram cedo de mais e não que os jogadores) e não incentivar ao insulto ao "nhe-nhe-nhe-nhe-nhe, somos os campeões!". Este desfecho foi a prova de que ser mauzinhos, desrespeitosos para com o nosso adversário, fazer jogo sujo, discriminar, rebaixar, que a arrogância, o excesso de confiança, a prepotência não são a melhor forma de levar a vida. Esta final foi uma lição que a Europa viu em direto. E agora vamos curtir a nossa taça e esquecer o resto. Digam eles o que disserem, insultem o que insultarem, a taça é nossa, o resto são trocos.


Sticky&Raw
Facebook | Instagram | 
stickyandraw@live.com.pt

Sem comentários: