quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

play

Mudei o nome desta rubrica. Não fazia sentido chamar-lhe "Ontem foi noite de Cinema" porque a maioria das vezes nem vejo os filmes na noite anterior e muitas vezes nem os vejo no cinema. Por isso agora vão começar a ver o nome "Play" e já sabem que vem por aí a minha opinião de cinéfila amadora a caminho.

(Texto atualizado depois de conhecer os Nomeados para os Oscars 2017.)

Chegam os Oscars e eu entro em estágio. Já com uma lista considerável de filmes vistos desde o início do ano, vou começar a partilhar convosco a minha opinião sobre eles. Cá vão os 3 primeiros:

A Rapariga no Comboio (6,6 IMDb) 
A história não podia ser mais previsível. Quero dizer, começa tudo com um mistério: não sabemos o que é que a Emily Blunt está a fazer naquele comboio, porque é que está com aquele ar de fim de noite do Enterro da Gata ou qual é a sua relação com aquela casa e com as pessoas que vivem nela. Mas se nos deitarmos a adivinhar não vamos falhar por muito.
Há um mistério, há intriga e há muitas ilusões. Mas a verdade é que é fácil descobrir o/a culpado/a e sobre quem gira todo o enredo. Não é um filme incrível. Nem muito bom. É só assim-assim.
Vale pela interpretação muito boa da Emily e pouco mais.

O Milagre do Rio Hudson (7,5 IMDb)
Nomeado para os Oscars na categoria de Melhor Edição Sonora
Comecei a ver sem grande interesse. Tinha assistido a este acontecimento quase em direto, lembro-me dos depoimentos das pessoas e lembro-me do desenrolar do processo na altura. Pensava eu que, por isso, o filme pouco ou nada iria acrescentar. Estava enganada. Já devia de saber que quando o senhor Hanks se mete num projeto, é quase sempre muito bom. 
O filme conta todo o processo após o acidente e sempre da perspetiva do piloto (Tom Hanks) que aparenta ser um senhor com S grande. Calmo, confiante, honesto, íntegro e profissional. Seguem-se as investigações, os interrogatórios, os contra-argumentos e a desconfiança. Sully de um dia para o outro passa de herói nacional a culpado. É uma história bonita para ver e perceber os contornos que, por vezes, alguns processos passam onde se investiga tudo de uma forma muito mecânica, muito lógica e matemática, sem nunca contabilizar as emoções e o ser humano. Aconselho.

American Honey (7,1 IMDb)
SEM UMA ÚNICA NOMEAÇÃO PARA OS OSCARS!!! (Como era de esperar)
Podia estar um dia inteiro a escrever sobre este filme. Mesmo. Até porque estive 2 dias a falar sobre ele com a amiga com quem o fui ver há duas semanas atrás numa noite fria de quarta feira.
Pouco sabia dele. Ela desafiou-me, disse-me que entrava o Shia LaBeouf. Disse-lhe que sim, claro! Vi o trailer e fiquei curiosa. Abri as notícias e soube que esteve nomeado para os BAFTA e ganhou um prémio em Cannes.
Fomos ver e eu fiquei absolutamente extasiada com o filme. Que pena não ter uma cotação mais alta no IMDb e que pena saber que não tem grandes hipóteses para os Oscars. Tudo porque é um filme muito estilo independente, muito pouco convencional e cheio de simbolismos e subtilezas que pouco importam a quem prefere filmes mais hollywoodescos e comerciais.
Destaco a fotografia incrível, os cenários mais bonitos - mesmo quando vemos realidades horríveis - e a banda sonora que parece ter sido feita à minha medida - tipo playlist do Spotify.
A história é simples: uma miúda parte para a aventura com um grupo de jovens numa viagem pela América a vender revistas, na esperança de mudar de vida. Mas o cerne do filme nem sequer está nessa história. Está nas pequenas estórias que vão sendo contadas ao longo dos minutos - que nem sempre são feitas por palavras. As relações, a busca da identidade, o certo e o errado, a amizade e o companheirismo, os medos e os traumas... O Shia está melhor que nunca, até porque me parece que nunca teve um papel onde a sua personalidade encaixasse tão bem como esta de Jake.
Esta jornada pela busca da felicidade, da juventude, do carpe diem e do nosso lugar no mundo é contada de uma forma muito natural, muito poética e muito real.
Bom, vou parar por aqui porque já me estou a estender. Se tiverem quase 3 horas disponíveis, vejam este filme. É uma lufada de ar fresco. Prometo!

Podem ir acompanhando no facebook do blog os nomeados para os Oscars de 2017.


Sticky&Raw
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4 comentários:

Anónimo disse...

Tenho pena que este blog não tenha mais visibilidade. Deve ser dos melhores que anda aí.

Sticky and Raw disse...

Uau! Que grande elogio! :) Muito obrigada...

Anónimo disse...

Concordo com o anónimo acima!! Pq é que não divulgas mais? Tanto blog sem jeito por aí e com imensas visitas e este anda aqui meio "escondido"

Sticky and Raw disse...

Muito obrigada pelo comentário... Fico mesmo muito feliz por ler estas opiniões :)

Respondendo à questão:
- Primeiro porque eu não tenho muito tempo para o fazer, infelizmente.
- Segundo porque eu gosto de não ter compromissos com o blog: escrevo quando e sobre o que e quem me apetecer - o "anonimato" para mim é um luxo!
- Terceiro porque nunca considerei que as parvoíces que escrevo tivessem interesse para a maioria das pessoas. Como digo sempre, escrevo muito para mim e para as pessoas que me pedem diretamente (normalmente amigas) "Olha, comprei um vestido assim, podias dizer-me como o conjugar"... Nada muito sério.
- E por último, porque também nunca tive grande feedback do "público", por isso, mantive-me na minha.

Em todo o caso estou a tentar dinamizar o facebook (que não tem quase gostos nenhuns). Também por isso, sempre achei que estivesse a "escrever para as paredes" ahahahah