sexta-feira, 24 de novembro de 2017

wishlist

Claro que quando faço estas listas não é suporto comprar nem metade (talvez uma ou duas peças, assim na loucura), mas que gosto disto, gosto. Gosto de imaginar que se pudesse comprar tudo, o que queria comprar? Faço esse exercício desde miúda, com os catálogos dos brinquedos do Continente ou do Toys R Us. Gosto de fazer uma listinha só porque sim e depois esqueço que ela existe. É só mesmo pelo momento de descontração e de imaginação.

Hoje, a minha wishlist é esta: roupa e acessórios super básicos (à exceção daquelas calças maravilhosas a pedir uma situação mais especial) e quentinhos, com materiais bons e bonitos. Tons de inverno e peças estruturadas, como sempre...


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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

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It
(7,9 IMDb)
Fui desafiada por uma amiga a ir ao cinema. Ela queria ver o It mas não tinha companhia corajosa. Disse-lhe logo que sim. Não sou fã de filmes de terror, apesar de ter havido uma fase (aí com os meus 13-15 anos) que era praticamente o único tipo de cinema que consumia, e muitas vezes, com essa mesma amiga. Lembro-me de tentarmos comprar os bilhetes para um dos filmes do Saw e de não nos deixarem por não termos idade. Contornamos o sistema e compramos para o High School Musical. Depois mudamos de sala quando ninguém estava a ver. Claro que passei o filme com mais medo de ser apanhada do que do próprio filme em si. Era uma rebelde coninhas.

Bom, mas dizia que hoje em dia é raro ver um filme de terror. Não acho que sejam bons, não conheço nenhum filme de terror que seja extraordinário e nem sequer conheço nenhum que tenha uma história realmente interessante e credível por trás. (Eu não conheço, mas se tiverem sugestões, sou toda ouvidos!). O pior é mesmo a previsibilidade. Irrita-me, pronto. Já não me assustam porque eu já sei que quando o plano foca na personagem e elimina ângulos é porque é dali mesmo que vem o susto. Básico. É previsível.

Quanto ao It, se aconselho? Não desaconselho, vá. Dos que tenho visto, não é de longe o pior, mas também não esperem uma epifania. Não é um marco nesta área nem algo novo. Nop. Nada novo. A previsibilidade continua muito presente (não me assustei uma única vez), não senti o meu coração a acelerar, não me senti desconfortável, não desviei o olhar (à exceção de quando mataram um porco)... Nada.

Mas então e o filme não tem nada de bom? Tem. Principalmente, tem bons atores - aqueles miúdos vão dar que falar - tem uma boa sequência e dinamismo, tem ritmo e o cenário escolhido (apesar de típico) é muito bom. Para mim o que o filme tem de melhor são os diálogos que os miúdos têm entre eles. Montes de piadas engraçadas e inteligentes, aguçadas e atuais. O guião no geral está mesmo muito bom. Também aborda vários temas que estão na ordem do dia como o bullying (houve cenas aqui que me incomodaram muito mais do que o palhaço em si), violência doméstica, abusos sexuais, a xenofobia e descriminação, o poder dos boatos, a super-proteção dos pais, o medo de sermos nós próprios e o medo de enfrentar os nossos medos... O caminho na descoberta do "eu", a aceitação do "eu", o valor da união e da amizade e a coragem de enfrentar o que nos aterroriza são alguns dos assuntos abordados. Enfim, gostei mais das mensagens do filme do que propriamente do filme em si. Quem procura um filme de terror, daqueles de arrepiar os pelitos, de nos fazer tapar os olhos e de sentirmos o coração prestes a explodir, lamento, mas não vai encontrar aqui. Em It a dicotomia terror-comédia está tão bem feita, tão bem encadeada que há uma descompressão total depois de um momento mais assustador, o que leva a que o espectador se sinta mais confortável. Quem preferir ser assustado, não vai gostar muito.

O filme do palhaço continua a ter partes nojentas (muito sangue, muitos dentes prontos a comer crianças, braços arrancados à dentada...) e partes assustadoras (casas assombradas, esgotos, quadros horríficos...), mas é isso. É mais um bom exercício de realização (que o é, indubitavelmente) e de casting. Mas não me fez ter medo no regresso a casa (nem mesmo por ser meia-noite), que é isso que se "pede" quando se vê um filme de terror no cinema, não é?

Mas vejam filhos, vejam. Mais vale o It que um filme ronhonhó qualquer.


Dunkirk 
(8,4 IMDb)
À partida o Christopher Nolan não desilude, muito menos a mim, que sou fã dele e de filmes de guerra. Então quando falamos de histórias reais, contem comigo. A história de Dunkirk é muito rápida de se contar: os alemães, apoderando-se de França, expulsam os franceses e os ingleses para fora do país. As forças britânicas aglomeram-se na costa de Dunkirk, muito próxima da costa de Dove (Inglaterra), à espera de serem resgatados e levados para casa. Aquela batalha estava perdida. Mas o resgate não é tão simples quanto isso, já que as forças opositoras continuam a bombardear e a dificultar o trabalho dos barcos de resgate, com submarinos e com caças, e também disparam sobre os pobres soldados que ainda estão em terra. Juntando a isso, há a questão de que os grandes barcos de resgate não conseguem chegar-se à costa (simplesmente porque ficam encalhados) e não existem lanchas suficientes para transportar os 300.000 soldados que ali se encontrava à espera da sua sorte. Foi então por isso que se criou um movimento muito bonito e solidário - todos os britânicos que tivessem um barco de recreio deslocaram-se voluntariamente até à costa de Dunkirk, arriscando a própria vida, para resgatar o máximo de soldados que conseguissem. E foi assim que 300.000 soldados regressaram a casa.

O filme conta três perspetivas desta história: por ar, com um piloto que "salva" as embarcações dos ataques aéreos dos inimigos; em terra, com os soldados a tentar sobreviver a todo o custo; e no mar, com a história de um civil com o seu filho e outro jovem que se fazem ao mar com a nobre missão de ajudar todos os soldados que conseguissem. E todas elas estão cruzadas de alguma forma. E são autenticas histórias de heróis. Podia estar uma hora a falar sobre a parte mais técnica deste filme - é fenomenal - mas vou tentar resumir. Todo o ambiente fala, todos os planos, todas as cores, todos os sons (e que efeitos sonoros, senhores!), tudo comunica tão bem, tão clara e naturalmente, que não há necessidade de um guião super extenso e grandes discursos. A respiração das personagens, o som dos tiros, o barulho dos motores, a água do mar... Todos os elementos foram tão bem encenados, tão criteriosamente colocados no momento certo que quase que ganham destaque de atores secundários, daqueles bons, que dão toda uma nova camada à história.

É obrigatório. Tenho dito.


Animais Noturnos
(7,5 IMDb)

Dos filmes que mais gostei de ver ultimamente. Que raio de filme que nos deixa a pensar, e a pensar, e a pensar... Bolas... O que eu gosto destas histórias que nos deixam entrar e impedem-nos de sair levianamente. Fazemos parte daquele enredo, queremos saber quem são, o que estão ali a fazer, como se relacionam, como acaba. Queremos mais e mais e mais.

Mas vamos por partes. Animais Noturnos despertou a minha atenção por três motivos: 1) foi nomeado para os Oscars deste ano; 2) foi realizado pelo Tom Ford; 3) Tem o Jake Gyllenhaal. E tinha tudo para dar certo. Mas depois juntaram a Amy Adams e ainda foram buscar uma história dentro de uma história que, por sua vez, tinha uma história dentro. Confuso? Eu sei...

Resumindo o filme, uma mulher linda, supostamente rica e poderosa (mas a verdade é que estava falida), proprietária de uma galeria de arte, recebe em casa um manuscrito de um livro escrito pelo seu ex-marido. E começa aí o enredo. À medida que ela vai lendo a história, nós vamos saltando entre o mundo real, a história do livro e as memórias que ela vai trazendo à baila do tempo em que viveu com o ex-marido. Por isso é que eu digo que existem três histórias distintas e o fim é maravilhoso.

A cenografia é incrível! A fotografia, a luz, a banda sonora, o guarda-roupa, os diálogos, tudo. Mas o que brilha mesmo aqui é - como sempre - o Jake Gyllenhaal. Ele interpreta duas personagens: ele no mundo real (ex-marido da personagem da Amy Adams, o que lhe envia o manuscrito) e interpreta a personagem da história do seu livro. Todo o filme é muito bem encadeado, cheio de momentos tensos, de dúvida, de ansiedade... Aqui é explorada a masculinidade e a força, a persistência e a força do ódio e dos remorsos. Explora-se também a solidão, a tristeza - aquela profunda, que acompanha as pessoas durante tanto tempo que elas já aprendem a viver daquele modo, tristes - e a vaidade.

É para verem quando estiverem virados para filmes mais densos. Eu aconselho.


Thor: Ragnarok
(8,2 IMDb)
Permiti-me, um dia à noite, durante a semana, ir ao cinema ver Thor. Vocês sabem que sou mega fã de tudo o que é Marvel (e DC também, mas menos um bocado). Bom, sou fã de filmes de super-heróis no geral. A sala de cinema estava por minha conta e pude rir-me às gargalhadas sem incomodar ninguém... E se me ri...

O melhor que posso dizer sobre este filme é que ele é genuinamente engraçado. Os atores são muito divertidos e continuamos com a tendência do anti-herói (que já havia começado em filmes como Deadpool). Já não nos é mostrado um Deus-Super-Poderoso-Super-Gostoso-Super-Forte-E-Seguro-De-Si-Mesmo. Desta vez é o Thor, um homem normal que até tem poderes, mas continua a ser um homem, com tudo de bom (e ele tem TANTA COISA BOA!!!) e tudo de mau. Neste filme vemos que as coisas nem sempre correm bem para o super-herói: o martelo não lhe chega às mãos sempre no timing certo, as coisas fazem ricochete e acertam-lhe em cheio, ele cai, diz disparates,... Como uma pessoa normal. E é isso que nos faz rir tanto - porque nos identificamos.

Estou cada vez mais fã deste Thor (que sobe a passos apressados no meu top de Heróis Marvel, encabeçada há anos por Tony Stark, o Homem de Ferro) e do bro Loki. Gosto muito do malvado e traiçoeiro Loki, que não passa de um incompreendido à procura do seu lugar no mundo e da aceitação do irmão todo gostosão. Vamo-nos por no lugar do Loki... Não deve de ser fácil ser irmão do Deus do Trovão, de olho azul e cabelo louraço-estilo-anúncio-Pantene, com aquele cortiço esculpido por mãos de anjos de vestes de linho puro enquanto entoam cânticos divinos (de certeza que foi assim que ele foi feito!), pois não? Principalmente se nós formos uns lingrinhas, cor de lula a falecer, olheiras até ao umbigo, entradas e de cabelo tendencialmente oleoso-apesar-de-o-lavarmos-dia-sim-dia-sim. É duro aceitarmos esse destino meus filhos. É difícil sermos o patinho feio. Por isso, vamos apoiar o Loki que ele é quem mais precisa de nós nesta história toda...

Voltemos ao filme. O Chris continua maravilhoso no papel de Thor (cada vez melhor), bem como o Tom. Adorei o papel do Hulk/Bruce Banner neste filme e, em particular, do Mark Ruffalo. Mais uma vez, um herói visto de outra perspetiva, de um ponto de vista humano, falível, com inseguranças. Muito bom! E depois temos a Cate que esteve muito bem (ela consegue não estar bem?) mas ou é de mim ou a sua personagem podia ter o dobro da força? Ela podia ser mais maléfica, mais sedenta de vingança!

A história de Ragnarok foca-se mais nessa questão do herói-humano, cheio de defeitos, a perder a esperança e as forças e a questão que se coloca no filme é: o Thor é naturalmente um herói ou é um herói porque tem o seu martelo mágico? O que é do Thor sem o seu melhor amigo? Foi isso que ele foi descobrindo e que deu a descobrir a outras personagens.

A história está consistente, as piadas estão incríveis, as personagens estão cada vez melhores (ainda me rio da cena na arena entre o Thor e o Hulk... Tão bom!) e os efeitos especiais são de topo. Um aplauso para Thor: Ragnarok e que venha de lá o Avengers em 2018!


Agora quero ver Liga da Justiça no cinema e ainda esta semana vejo Blade Runner 2049.
E vocês, o que têm visto? Há algum filme que me aconselham muito, muito a ver? Há algum filme sobre o qual vocês gostavam que eu escrevesse aqui no blog? Contem-me.


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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

brave

Já devem de ter percebido que a vida por estes lados não está fácil.

Não deixei de vir ao blog por preguiça ou por desinteresse. Quem me dera que assim fosse. Nestes últimos tempos a vida deu uma volta muito grande.

Tive que redefinir prioridades, tomar decisões e vocacionar a minha atenção para quem precisa mais de mim neste momento. Há mais de um mês que a minha vida se resume a muito pouco: trabalho e cuidar da família. Sou enfermeira e palhaça, sou a chata que obriga a tomar os medicamentos e que nunca se cala com as piadas.

Em minha casa sou mediadora e empregada de limpeza. Passo a ferro, limpo o pó e aspiro sempre que tenho um tempinho livre ou que não esteja a cair para o lado de cansaço. Ainda não consegui arrumar o roupeiro e tirar toda a roupa de verão nem trazer toda a roupa de inverno. Tenho saudades de ter tempo para me sentar no sofá. Tenho saudades de um fim-de-semana. Tenho saudades de ir para o ginásio e das minhas aulas de pilates que tanta falta me fazem...

A minha sorte é que não estou sozinha. Em casa somos família e uma equipa de quatro. Cinco, se contarmos com a Princesa. Todos juntos conseguimos fazer tudo sem que ninguém se sinta sobrecarregado. Ninguém arranja desculpas nem ninguém sobrepõe o bem-estar pessoal ao bem estar do conjunto. Somos mesmo uma equipa, cada um com responsabilidades individuais, mas que combinam na perfeição e tornam o trabalho bem mais fácil e leve. No final do dia, o apoio e a presença dos nossos faz toda a diferença.

Os fins-de-semana são curtíssimos e o pouco tempo livre que vou tendo (uma tarde, por vezes, nem isso) acabo por adormecer num canto ou começo a arrumar isto ou aquilo. O relatório está na mesma. Não consegui entregá-lo a horas. Outros valores se levantaram e a família sempre esteve em primeiro lugar. O trabalho vai bem, felizmente. Continuo a sentir-me realizada e feliz a fazer o que faço, e as 8 horas diárias quase nunca me chegam. Mas confesso que o meu rendimento nestes últimos dias tem sido comprometido pelas poucas horas de sono e o cansaço intenso.

Os últimos tempos têm sido de correria, de preocupação constante e completamente focados noutra pessoa. Aprendi a fazer um monte de coisas que nunca imaginei que conseguiria fazer e também percebi que não tenho impressão ou "nojo" da grande maioria das coisas. No momento de fazer, o meu instinto é fazer e não pensar em mais nada. O meu pensamento é sempre o mesmo: o que é que eu gostaria que me fizessem se eu estivesse do outro lado? o que é que eu não queria ouvir? como é que eu gostava que me tratassem ou que falassem comigo?

Neste processo, e mesmo sem grande tempo para pensar muito no assunto, reaprendi o valor de muitas coisas. Reafirmei aquilo que eu acredito e digo sempre: o pensamento positivo é meio caminho andado e não vamos fazer problemas onde eles não existem. Voltei a trazer ao de cima o meu sentido mais prático e lógico, que me permite organizar melhor o meu tempo, arrumar, preparar o saco, perceber o que vou precisar, encaixar tarefas nos buraquinhos em que tenho disponibilidade...  Muitas vezes isto acontece mentalmente. Vou no caminho para casa a pensar no que tenho que colocar no saco quando chegar a casa, por exemplo. Aproveito também o banho para elaborar listas mentais do que tenho que fazer... E apercebi-me - mais uma vez - que a minha família em casa é a melhor do mundo. E olhem que é mesmo.

Juro que vou tentar vir cá mais vezes. Sinto falta disto. Mas sem promessas...


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