terça-feira, 2 de janeiro de 2018

it only gets better now


2018 não quis arrancar com o pé direito, mas também outra coisa não se esperava. O fim de 2017 serviu para que eu pudesse ignorar algumas coisas até onde consegui e, depois, obrigou-me pensar nessas mesmas coisas e tomar decisões - tive muito tempo para pensar. 

Ajudou bastante o facto de estar sem telemóvel há mais de uma semana. Avariou no dia de Natal e não tem arranjo. Não quis comprar um novo. Não me apetece. 

Tenho vivido bem assim, em modo mãos-livres.

 Claro que eventualmente terei que comprar um telemóvel por dois motivos (os únicos) 1. Quando saio sozinha de carro, sinto-me mais segura, especialmente à noite, saber que posso sempre ligar a alguém se alguma coisa acontecer; 2. Quando fizer viagens, preciso sempre de um telemóvel para as mais variadas coisas que vocês sabem muito bem. Até lá, vou vivendo alegremente, sem qualquer constrangimento e sem sacrifício algum.

Estava a precisar de desligar.

Acho que estou assim também porque este Natal fez-me pensar um bocadinho. Foi o ano em que recebi mais e melhores presentes (também não foram assim tantos, calma! Eu é que estou habituada a receber 3 na loucura, e todos eles bem simples). Foi também o ano em que me senti mais fútil e mais desconfortável a desembrulhar. 

O Natal não me soube a Natal

O final deste 2017 tem-se mostrado duro e difícil de lidar e eu só gostava de desligar e reiniciar para voltar tudo ao que era. Talvez tenha sido por isso que "compensei" em presentes mais dispendiosos para mim e para os meus. Mas não ajudou em nada. Preciso de parar de me armar em palhaça de serviço e chorar um bocado. Também tenho o direito de ser a pessoa triste e exausta do dia.

A semana que passou foi a altura ideal para começar a pensar como correu o ano que terminou - em particular a última metade - e como eu pretendo que o novo ano comece e continue. Isto das novas resoluções é uma história muito bonita e o "novo ano, novo eu" também, mas se não tivermos coragem de alterar as coisas, força de vontade e persistência, a meio de fevereiro já nem nos lembrávamos ao que íamos. Não pretendo que isso me aconteça.

2018 vai começar de forma desafiante.

Porque me vai obrigar a gerir o meu tempo melhor do que nunca. Vai-me obrigar a relativizar, a desproblematizar e a canalizar todas estas más energias que andam à minha volta, sempre a ocupar-me o pensamento, em coisas boas, que me façam feliz. Isto é espetacular na teoria. Na prática...

Falava da forma que 2017 terminou e decidi que 2018 não pode ir pelo mesmo caminho. Não pode e não vai. Chega de anular-me e de anular a vida que corre à minha volta. Não posso deixar que isso continue a acontecer comigo nem com os meus. Chega de viver o mesmo problema, dia atrás de dia, sentir este desassossego constante, sentir-me sempre dependente dos outros, de achar que nada do que possa fazer é suficiente. Chega de resolver os problemas dos outros. Chega de tentar fazer ver a minha perspetiva a quem tem palas nos olhos e não tem perspetiva alguma. Há que aceitar que as pessoas são diferentes, há que aceitar que nós não podemos "ganhar" sempre.

Sometimes you win, sometimes you learn.

2017 foi, sem dúvida, um ano de aprendizagem. Aprendizagem dura e crua. Testou os meus limites, o meu espírito, a minha coragem e custou-me quase tudo. 2017 termina ao mesmo tempo com a sensação de consciência tranquila, de quem fez o melhor que podia e sabia e com a certeza de que não faria nada diferente... Não há dinheiro que pague esta paz.

Preciso de me desfazer de algumas pessoas e de algumas coisas - materiais e emocionais - para tentar fazer de 2018 um ano feliz e realizado. Tenho saudades de ser feliz e de ter os meus momentos introspetivos, só meus e só para mim. Desligar - o telemóvel e não só - foi o meu primeiro luxo.

Quanto a vós, meus queridos leitores,

desejo-vos um novo ano MUITO melhor que o meu.

Que todas as vossas metas e desejos se realizem, mas não se esqueçam que têm um papel importante. Vocês devem trabalhar lado a lado com o universo para que as coisas boas comecem a acontecer. E vão acontecer, vão ver ;)

Quanto a mim, vou lidar com este azedume que se tem acumulado no meu peito - quem diria que iria deixar que isto me acontecesse! - à minha maneira. Que 2018 me devolva a magia que 2017 me roubou.


Sticky&Raw
Facebook | Instagram | 
stickyandraw@live.com.pt

Sem comentários: