quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Objetos Cortantes

8,3 IMDb


Andava eu a ressacar depois de ter terminado de ver Handmaid Tales e The Crown - ainda vou falar sobre ambos em breve, querem? - quando procurava novas séries. Queria séries recentes, sem muitas temporadas, que não me prendessem muito.


Depois vi que a Amy Adams tinha lançado uma série nova. Ainda ia no primeiro episódio. E se tinha a Amy Adams, então estava a série escolhida.


E que série, senhores!


Não sei se já ouviram falar de Objetos Cortantes - ou Sharp Objects - mas é praticamente obrigatório para quem gosta de um bom thriller com mistério e muito drama. 


Casa da Família Parker


A história começa com Camille Parker (Amy), uma jornalista com claros problemas mentais, que tem dificuldade em se socializar. Devido a um brutal assassinato de uma criança, o seu editor manda-a seguir para o local do crime e investigar. Mas esse local é, precisamente, a sua terra natal, o local onde está a família que Camille se tenta a todo o custo afastar. Chegada a Wind Gap, vai alojar-se na casa da sua mãe, Adora, uma mulher que vive de aparências mas que sempre negligenciou e mal tratou Camille. Reencontra-se também com o seu padrasto - um homem passivo, sem opinião ou personalidade, que vive sob as ordens da sua esposa - e a sua meia irmã, Amma, uma jovem problemática, manipuladora e carente. Torna-se imediatamente claro que aquela família esconde segredos e encobre problemas profundos e grotescos, quase sufocantes. E tudo começa assim.


Amma, a meia irmã de Camille


Wind Gap parou no tempo, assim como os seus habitantes que se preocupam mais com a vida dos vizinhos do que com o que se passa dentro das suas próprias casas. É um meio de invejas, mesquinhices e tacanhez, que Camille se esforçou por se descolar e esquecer.


Adora, a mãe de Amma e Camille


Mas a própria protagonista carrega uma história pesada, dura, gravíssima e cheia de demónios que tenta a todo o custo combater, ainda que sem sucesso. Voltar a Wind Gap reaviva todas as memórias tortuosas da sua adolescência.


Camille Parker


No meio de todo este enredo, existem histórias, pormenores, segredos que vão ser desvendados, até ao final da temporada em que se descobre quem é a pessoa responsável pelos crimes.


Toda a temporada tem uma aura de mistério, de esquizofrenia, de bipolaridade, que nos faz acreditar que tudo está mal e é cruel e tudo é perfeito e cor de rosa, ao mesmo tempo. Tal como as personagens. A casa de Adora é imaculada e perfeita, como uma casa de bonecas. Mãe, pai e filha são o supra-sumo da retidão, das boas maneiras e de classe. Não faltam folhos, vestidos esvoaçantes, cabelos perfeitos, sapatos vela, calças vincadas e cor de rosa. E depois vemos Camille, uma jovem mulher claramente perturbada, que fuma e que bebe, que se veste sempre de preto, de camisola de mangas compridas, calças e não larga as suas botas de motoqueira. O oposto. O contraste gritante entre si e a família.


Havia muito mais para falar sobre esta temporada de Objetos Cortantes - então se começar a falar da estética e do simbolismo... - mas vou dar-vos a oportunidade de conhecerem a família Parker e de tirarem as vossas próprias conclusões.


Prometo que não se vão arrepender.


Entretanto... Voltei a ficar órfã de séries. 
Alguém me ajuda?



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