segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Wonder Woman Wannabe



Antes de 2020 acabar, refleti sobre coisas que tenho mesmo muitas saudades de fazer. Claro que em primeiro lugar vieram as viagens, logo a seguir as festas e jantares com amigos, andar sem máscara para todo o lado, ter liberdade para sair à hora que quiser, para onde quiser, com quem quiser e regressar quando me apetecer... E de ir ao cinema. É pá, tinha mesmo vontade da sensação de ir ao cinema. Antes da pandemia ia, em média, 1 vez por mês. Ali nos meses de verão não ia - a silly season não acontece só nos telejornais, não é? -, mas no inverno ia mais do que 1 ou 2 vezes, portanto, equilibravam-se as contas. Também sou (era) frequentadora assídua do Cineclube da minha cidade. Domingo que é domingo termina no Grande Auditório do Vila Flor a ver um filme, normalmente daqueles bem-bons. No final do ano consegui ir ver Listen, o que fez aumentar a minha vontade de regressar ao cinema. A semana passada decidi ir ver a Wonder Woman 84, que a par do Batman é a minha heroína favorita da DC. Senti-me super segura nessa experiência, até porque estava sozinha na sala, juntamente com a minha companhia, o que não deixou de ser triste também...


* O próximo parágrafo contém Spoilers*


Sobre o filme, tenho que pôr o dedo na ferida. Se o WW de 2017 foi maravilhoso e, depois dos Batmans do Nolan, é o melhor filme que a DC já fez, o de 2020 foi péssimo. A Gal Gadot está LINDA de morrer, com um corpo perfeito, com carisma e uma pinta de invejar (já lá vamos). O Chris Pine está igual a si mesmo, só que mais velho e o Pedro Pascal bem caricato, à sua medida. Os efeitos especiais estão bastante bons e há todo um cenário à anos 80, tal como o título já fazia adivinhar. Então o que é que correu mal? A história do filme é tão boring, porque já a vimos em vários contextos, que chega a ser SUPER previsível. Há várias cenas tão absurdas que até custa ver. I mean, a cena do fogo de artifício é gira e tal, mas 100% descontextualizada. O filho de Max que aparece no final de tudo no jardim da Casa Branca (why?! how?!) e depois há o rapaz descendente da civilização Maia que caiu ali de pára-quedas, um avião militar que consegue com um depósito voar de DC até ao Cairo... Mas para mim, a pior parte foi a Barbara Minerva (Chetaah) não ter tempo suficiente para desenvolver a sua personagem de forma convincente. Passou de super sweet e altruísta para uma vilã sem escrúpulos e egoísta. Não fez sentido. E há MUITOS outros detalhes que não vou enumerar aqui. Os atores que participaram no filme fizeram todos um trabalho muito decente, mas o script estava péssimo e não havia volta a dar. Ah e uma questão: se um avião se tornar invisível ao olho humano, deixa de emitir um sinal GPS para ser localizado?! Hmm...



Ainda assim, aconselho-vos a ver, até porque a mensagem do filme - que acaba por se perder no meio de tanta parafernália de acontecimentos e mess generalizada - é bonita e apropriada para o tempo que vivemos, se bem que ficou ali na superfície. E ver a Gal Gadot naquele micro-fato pode dar-nos alguma motivação para treinar braços e pernas, sabem? É sempre um plus.


Mas nem tudo foi mau. Nem pensar! Uma das coisas que mais me chamou à atenção foram os looks de Diana Prince inspirados nos anos 80 e na anterior Mulher Maravilha, mas muito adequados a 2021. Tenho mesmo que falar naquele vestido de gala LINDO, branco, e que já li algures ser um Chanel vintage. Maravilhoso e com bom stylist (a pulseira é o toque perfeito). À exceção desse vestido e do fato dourado incrível que usa no final, os looks de Diana são sempre simples, discretos, elegantes e muito confortáveis, tudo o que queremos, não é? E o melhor de tudo? Dão quase para um closet cápsula! Como gostei tanto, decidi recriá-los:







Agora podemos tornar-nos numa amostra de Diana Prince aka Wonder Woman. Mas lembrem-se que não basta imitar as roupas. É preciso que se inspirem também na postura, cultura, inteligência, integridade, no altruísmo, no sentido de justiça e de sacrifício para o bem estar do outro. Can you do it? ;) 



O mundo precisa de mais Mulheres Maravilha por aí. Vamos lá tornar o mundo melhor um bocadinho? Uma sugestão para começar: ir votar no domingo e lutar contra o grande vilão. Não, o vilão não é o Ventura, mas todos os ideais que ele e muita gente - cada vez mais, aparentemente - defendem.


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