quinta-feira, 2 de maio de 2019

Homecoming



Quem é que neste mundo ainda não viu o Homecoming da Beyoncé? É tão difícil não ter visto como fugir de spoilers de Game of Thrones, certo?


Eu sou fã da Beyoncé - quem não é? Não sou aquela fã incondicional que lhe segue os passos, que imita as coreografias todas, que sabe tudo sobre a vida dela, que está sempre ali à espreita... Não. Esse lugar na minha vida será sempre ocupado pela Rainha-disto-tudo, a sô dona Madonna. E podem dizer o que quiserem, mas hoje a Beyoncé pode fazer, dizer, cantar e pensar o que quer - e quem diz a Beyoncé, diz outra artista atual qualquer - muito graças ao caminho desbravado pela Madonna. E se não conhecem a carreira desta mulher, não piem. Combinado? Não se esqueçam que ela anda por cá há várias décadas, sempre com sucesso... E esse não é um campeonato com muitas equipas em jogo.




Mas a Beyoncé vai a jogo e marca golos. Damn que a miúda sabe muito bem tudo o que faz e cada movimento de anca é minuciosamente calculado. Ver as atuações dela é um boost de energia e de inspiração. Ela estimula-nos a sermos melhores, mais fortes, mais interventivas, proativas, produtivas... Podia continuar, mas o que eu quero dizer é que 


a Beyoncé faz-nos querer ser muito mais.


O seu novo filme Homecoming da Netflix documenta o processo de criação da sua atuação no Coachella em 2018 e mostra-nos, claro, o resultado final. A Beyoncé é perita em manter a sua vida mais pessoal afastada da ribalta e poucas vezes podemos assistir a momentos verdadeiramente íntimos - os que vemos são aqueles que ela permite que se veja. Neste documentário isso acaba por acontecer. No entanto, vemos uma Beyoncé diferente, e foi isso que me chamou a atenção.




Tal como referi no início do artigo, nunca fui de a seguir religiosamente, mas não me lembro de a ter visto tão exposta e tão humana como desta vez. Estamos sempre habituados a vê-la no seu melhor, mas em Homecoming vêmo-la a recuperar de uma gravidez, onde afirmou que ficou com 99kg (eram gémeos) e que teve que ter uma enorme força de vontade para conseguir tentar ter o corpo e a resistência de antigamente. No documentário vemos uma pequenina amostra dessa luta diária, desse compromisso e vemos também a parte mais humana dela: gordinha, sem maquilhagem, a arfar nos ensaios, a treinar muito e com humildade, junto dos seus bailarinos e da banda. A certa altura ela diz qualquer coisa do género: as pessoas quando nos vêem no palco nunca pensam nos sacrifícios que estão por detrás daquela atuação. Emocionalmente eu não estou aqui, não quero treinar, não quero ensaiar. Só quero estar com os meus bebés.


No fundo, aquilo que uma mãe quer, certo? Mas a Beyoncé dedicou-se a 200% a este compromisso e apresentou uma atuação épica, um resumo de toda a sua carreira e um regresso a casa. A Beyoncé é quem é e está onde está por puro mérito, talento e muito, muito, muito trabalho. A verdade é que este documentário inspirou-me. Dei por mim a pensar: bolas, a Beyoncé já pesou quase 100kg, ela já duvidou que era capaz, ela já fez uma dieta tão rigorosa que admitiu que passou fome, ela questionou se alguma vez iria voltar ao que era... A Beyoncé também tem momentos de baixa auto-estima, de dúvida... A Beyoncé é uma pessoa como eu. Então eu um dia também posso vir a ser uma pessoa como a Beyoncé...




No dia a seguir de ver o documentário fui correr. Custou. Disse mal da minha vida todo o caminho. Não consegui correr sempre. Mas fiz 4km e uns trocos. Hei-de continuar na luta. Iniciei uma "dieta": comer mais vezes e melhor - especialmente mais fruta. Aumentei os meus treinos no ginásio e estou mais atenta ao meu corpo. Não sei se vai dar resultado, mas agora, quando eu duvido de mim, penso que até a Beyoncé duvidou dela, e no fim conseguiu.


Vejam o Homecoming, por isso e por tudo o resto.





1 comentário:

TheNotSoGirlyGirl disse...

nao vi mas ja me disseram que tava muito brutal!
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