segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Countdown para os Oscars 2020



Quase a chegar uma das madrugadas mais esperadas do ano, vamos lá falar, ainda que resumidamente, sobre alguns dos filmes nomeados (ainda me falta ver O Irlandês, 1917 e Mulherzinhas). Se quiserem que esmiuce melhor algum deles, é só dizer!


8,1 IMDb

Posso dizer-vos que este foi dos meus filmes favoritos dos últimos tempos. É o meu sucessor de Call Me By Your Name. Daqueles filmes que me deixaram tão feliz de os ter visto que nem os quero rever, com medo de perder a magia. Sei que esta opinião não é consensual e que muita gente achou uma história simples, parada, sem grande conteúdo… Eu fiquei assoberbada pelo trabalho do casal (Scarlett Johansson e Adam Driver) que mereciam ser cobertos de prémios e nomeações para o resto da vida. Os diálogos são do melhor que vi nos últimos tempos no cinema. Reais, comuns (tão comuns que são mesmo difíceis de passar para a ficção), asfixiantes, como a vida também o é, por vezes… E os pequenos detalhes… Que maravilha de detalhes que nos vão dando… Quando tento falar de Marriage Story fico sempre longe de transmitir o que penso e o que senti ao ver o filme. Faltam-me palavras no meu vocabulário para exprimir todas as emoções, todos confrontos internos que fui sentindo. Este filme é quase uma câmara ligada e a vida a acontecer à frente, cheia de imprevistos, de desilusões, de ilusões, de amores que (nunca realmente) acabam, de famílias que se desintegram, de lutas de corações partidos em mil bocadinhos, de tristeza profunda por se falhar num projeto de vida…

Tenho mesmo que referir os meus dois planos favoritos da história, porque carregam em si toda a história do filme em 10 segundos: o momento em que juntos fecham o portão que avariou e o olhar que ambos trocam (na fotografia em cima). Um de cada lado, separados, afastados e a fecharem-se… Que triste que foi aquela cena minúscula, sem uma palavra, só com o olhar. E no final, quando ela lhe aperta, muito naturalmente, os cordões, que representa precisamente o oposto: a redenção, a paz de espírito e o conforto em saber que aqueles corações vão sempre ficar unidos, de uma maneira ou de outra.

Marriage Story é uma delícia de filme e vai ter sempre um canto muito, muito, muito especial no meu coração.


7,7 IMDb

O Tarantino é mestre. Ponto final. Não aceito que digam o contrário e chiu, porque o blog é meu. Podem identificar-se com este estilo ou não, mas é impossível dizer que os filmes são maus. Se disserem, tomo isto como uma ofensa e deixamos já de ser amigos.

Fui ao cinema no verão ver esta obra prima que juntava SÓ dois dos meus atores favoritos E um dos meus realizadores favoritos: parecia um sonho! E o filme é, de facto, um momento delicioso. Não é  um filme TÃO Tarantino (e os fãs dele irão compreender o que quero dizer), mas é indubitavelmente dele. A trágica história é conhecida do público em geral: Charles Manson e Sharon Tate. Porém,  o realizador decide misturar no enredo a vida de um ator em declínio (Leonardo Di Caprio) e do seu amigo, companheiro, guarda-costas e faz-tudo (Brad Pitt). Há cenas brilhantes, cheias de humor, segundas interpretações, com pitadas de referências da época e o cenário é absolutamente espetacular e fiel à Hollywood Western. Porém, nada nos prepara para o fim do filme, que apesar de já conhecermos a história, nunca nos podemos esquecer que estamos perante uma obra de Tarantino!


8,6 IMDb

Esta obra prima do cinema tem tanto de genial como de alucinado (talvez uma coisa esteja diretamente ligada à outra). Não ia com grande expectativa, mas a sinopse deixou-me intrigada (ainda nem se falava na possibilidade deste filme ser nomeado para coisa nenhuma). Fiquei de boca aberta no final com a originalidade do guião, da forma como a história é conduzida e as peças interligadas - aqui não há pontas soltas - e tudo faz sentido, ainda que seja um sentido absurdo... É uma caricatura perfeita do modo de vida coreano (aliás, o realizador já veio comprovar isso) onde o fosso entre classes é tão profundo que leva um lado a cometer as maiores loucuras para passar para a outra margem. Acima de tudo, Parasitas é um filme que nos faz questionar valores, pontos de vista, contextos, pormo-nos no lugar da outra pessoa e agradecer aos santinhos por não sermos ela.
Se querem um filme totalmente out of the box para ver, não procurem mais!


8,2 IMDb
Christian Bale é dos meus atores favoritos (meu e de meio mundo, claro) e, por isso, fiquei curiosa com este filme. É uma história verídica de um antigo piloto e de um engenheiro mecânico e piloto que aceitam o desafio da Ford para criar um carro capaz de vencer a Ferrari na prova Le Mans que dura 24 horas! As personalidades de ambos e, claro, o projeto praticamente impossível tornam o filme totalmente delicioso e viciante. Queremos sempre ver mais, saber o que acontece depois, sofrer com eles,... É um ótimo filme, com excelentes atores e boas imagens.


8,0 IMDb
Este era o filme que eu mais aguardava para ver (agora é Mulherzinhas) porque mete a Scarlett Johansson e o tema é a II Guerra Mundial. O trailer do filme é surreal e ainda aguça mais a vontade de o ver porque é, admirem-se, uma comédia! E vocês perguntam "Como assim, uma comédia quando o tema é o nazismo?" Claro que quando começamos a ver o filme entendemos que nada daquilo é, de facto, cómico, mas um sarcasmo e uma paródia aos últimos dias de Hitler no poder e a forma como as crianças eram disciplinadas para pertencer e abraçar aquela ideologia. No meio existem momentos bem tristes, sem nunca serem dramáticos. Na verdade também não há momentos extremamente cómicos... O filme fica ali no limbo, sem ser carne nem peixe e sem um ponto alto. Fiquei apaixonada com a personagem de Scarlett, apesar de achar que não lhe foi dado o protagonismo e o final merecido (há muitas coisas que ficam por explicar) e de Taika Waititi (realizador e ator no papel de Hitler) que é uma lufada de ar fresco. Não é uma obra de arte, mas de uma coisa podem ter a certeza: é um filme muito original!


8,2 IMDb
Posso arriscar dizer que este foi um dos filmes mais incríveis que vi para os Oscars (ali no top 3). De verdade. Eu sei que o Natal é o meu ponto fraco, mas fiquei realmente deliciada depois de ter visto Klaus. A história é tão bem contada, tão fresca, tão nova, tão maravilhosamente encadeada pelos pontos certos que é daqueles filmes que devem ser vistos sempre que nos esquecermos das coisas mais importantes da vida: os amigos, a generosidade, o dar sem esperar receber, a solidariedade, a partilha e o conhecimento. Arrisco-me a dizer que se tiverem que ver só um filme desta lista, aconselho-vos a verem este. No domingo vou torcer para que ganhe o Oscar de melhor Animação.


Sobre o Joker, já vos falei dele neste post. Também já vi outros filmes nomeados para outras categorias e aconselho-vos vivamente a ver Bombshell (relata o escândalo de assédio sexual na Fox News) e Os Dois Papas (um filme quase introspectivo do momento de transição do Papa Bento XVI para o Papa Francisco). Não gostei de Knives Out (demasiado longo, óbvio e aborrecido). Adorei o documentário Democracia em Vertigem que fala sobre a história do Brasil durante o governo de Lula e de Dilma, até Bolsonaro. Fiquei com uma perspetiva totalmente diferente do que se passou. Aconselho!


E que filmes incríveis é que vocês têm andado a ver?





3 comentários:

Anónimo disse...

E os comentários aos vestidos dos SAG Awards? :(
Obrigada pelas dicas de filmes a ver, anyway!

Sticky and Raw disse...

Obrigada pelo comentário! :D Não costumo analisar os looks do SAG Awards, mas posso dizer que estiveram assim para o mauzinho. Salvaram-se, na minha opinião, a Nicole Kidman (estou em choque!), a Zoe Kravitz (se esquecermos as luvas de lavar o WC), a Renee Zellweger, a Charlize Theron e a Michelle Williams. Foi só!
Espero trazer mais dicas de outros filmes em breve ;)

Sticky and Raw disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.